Na Tasca da Quinta

(ainda sobre o fim de semana no Douro, de que já falei aqui)

Dedicar um post ao “Castas e Pratos” apontando-o como o melhor restaurante do Peso da Régua é chover no molhado. O “Castas e Pratos” é, com certeza, o melhor restaurante da cidade e arredores. Come-se muito bem. Bebe-se muito bem. E muito bem se paga, também.

Fujamos então do óbvio e da marginal do rio Douro e percorramos a Rua Marquês do Pombal, uma das ruas mais antigas da Régua. É lá que encontramos a Tasca da Quinta.

De portas abertas há pouco mais de um ano, a Tasca da Quinta é um restaurante de petiscos cuja ementa vai variando ao longo do ano em função dos produtos da época e do estado de espírito da Manuela, a dona e cozinheira da tasca. Seja como for, é quase certo que do cardápio façam parte alguns pratos de bacalhau, polvo ou alheira, escabeches e açordas, além de crepes com compotas caseiras e doces de colher, para a sobremesa. Os pratos são preparados à vista de todos, numa cozinha aberta, e apresentam-se em doses para partilhar. Acompanham com sangria ou vinho, servido a copo também. Ideal para quando a sede é pouca. Ou a curiosidade muita.

No que dia em que fomos à tasca, já o pequeno almoço se tinha apagado do estômago e da memória.

A fome determinou que escolhêssemos quatro pratos: escabeche de sardinha, desfiada de bacalhau, açorda de cogumelos e uma tapa de morcela. Para terminar, uma mousse de frutos silvestres. Estavam todos para lá de deliciosos. Resolvida a fome, impôs-se a gula e com ela, uma outra mousse, desta feita de damasco. Para lá de deliciosa também, talvez até ainda mais do que a que antecedeu.

Enquanto rodavam os pratos, que vinham cheios e iam vazios, fomo-nos entretendo. Com os bons detalhes revivalistas que decoram o espaço. Com a boa broa de milho temperada por bom azeite. E com a boa conversa com a cozinheira e as restantes anfitriãs. Afinal, a cozinha estava ali à vista.

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Pois pena é que do Porto não se aviste esta tasca da Régua, também.